13 abril 2015

Entre 2011 e 2015



2011 foi o ano que descobrir – ou afirmei – que eu estava apaixonado por você. Descobrir porque nos aproximamos mais, rimos mais e juntos, participamos de festinhas realizadas no colégio mesmo e todos os meus trabalhos você sempre faria questão de está no meu grupo, só porque eu era um dos melhores á produzir o cartaz e separar adequadamente as falas de cada um. Inclusive a sua, lembra?

Foram momentos tão gostosos de viver. Você sempre levava meu caderno para sua casa e nos dias que não podia, eu levava o seu pra minha. A gente não parava de se olhar. Você sorria e acabava arrancando um sorriso meu também, mesmo eu não estando nos melhores dias para isso. Aliás, você sempre conseguiu algo de mim. Fácil, fácil.

Você lembra no dia em que você embebedou pela primeira vez? Isso foi muito antes de 2011 – muito antes mesmo – e eu lembro como se fosse hoje, aqui. Como se estivesse acontecendo tudo agora. Só que agora não está sendo como antes, porque naquele dia, antes do acontecido, nós rimos muitos, brincamos bastantes e depois eu cuidei de você. Claro que eu não pude fazer muita coisa, mais eu lembro que fiquei te olhando, deitada, preocupado em que você vomitasse,  o que veio acontecer.

2012 foi o ano em que nós nos separamos. Tanto pela série, como pela escola, quanto pela vida. A gente nem perdeu esse contato todo, mais depois de umas burrices minhas isso veio á acontecer.  No mesmo instante ( depois das mensagens ) você passou por mim e fingiu que não me viu. Como se eu fosse um desconhecido. Como se nós não havíamos vivido nada juntos.  Meu coração se despedaçou. E ai? E ai que isso foi o fracasso.

Você ficou meses sem nem olhar na minha cara direito. E quando olhava imediatamente disfarçava com medo de que eu poderia lhe cumprimentar, pegar na sua mão, lhe dá um beijinho no rosto e perguntar como foi o seu dia, e se estava bem. E cá pra nós, eu bem que faria isso mesmo.

2013 foi um dos meus piores anos. Foi o ano que eu fui péssimo no colégio, na família, na vida. Fiz coisa com coisa. Aprendi poucas coisas. Deixei de lado oportunidades e pessoas que viriam a me deixar mais alegre. Não segurei nas mãos de pessoas que queriam me ajudar porque eu já estava direto no fundo do poço. E já que lá era escuro, decidir me acomodar por ali mesmo e chorar sozinho, meio em silêncio... Como se eu estivesse em depressão...

 Será que eu estava?

E doeu. Áhhhh como doeu. Você nem se importava. Nem queria saber se estava tudo bem comigo, ou se eu sentia falta de algo, ou de você.  E eu estava sentindo realmente a sua falta.

2014 foi o ano que aos poucos fui me recuperando. Chegou um certo momento em que eu te olhei e não senti nada. Talvez isso aconteceu porque nem eu estava sentindo nada por mim. Mais que meu coração fez festa e faz até hoje por causa disso. Foi o ano também de muitas despedidas. Foi o ano em que iria acontecer a minha formatura, que eu acabei, no final, nem participando. Foi o ano que me desapeguei de muita coisa. Inclusive das cartas que escrevi para você, na esperança de algum dia lhe entregar. E se eu estivesse esperando estaria até hoje.

2015 mal começou e eu já estou prevendo que não vai ser tão diferente como eu imaginei no último dia do ano. Apesar de algumas pequenas mudanças já deu as caras por aqui, em relação á nós dois tudo continua como antes. A gente se olha e nada passa além disso. Vem-me a vontade de te chamar pra conversar. Mais sem muitos porquês, muitas perguntas e nada de lágrimas. Uma conversa civilizada para saber como você está. Como anda seu coração com um novo amor – que aparentemente parece está muito bem.  Quais são seus planos para o futuro, depois da escola. E em meios á risos lhe perguntar o que você teria feito nesses últimos quatros anos sem a nossa conversa.


Pra muitos isso seria uma coisa tão simples. Talvez pra você também não. Já pra mim, isso seria um alívio. Um alívio de voltar ao passado nem que fosse um pouco e te ver ali, na minha frente, como de muitos outros momentos passados. Mais, por enquanto só me resta isso: ás lembranças de uns anos que merecem virar histórias. Histórias que merecem nunca mais serem esquecidas nas nossas mentes. 

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