Poucos
dias atrás eu estava pensando em uma solução para tentar te esquecer de vez. “Aff,
lá vem ele falar coisas sofridas outra vez”. Calma. Também não falo sobre
coisas ruins o tempo todo, não é mesmo? Ou falo? Sei lá. Mais é que exatamente
nesse dia eu joguei pra trás algumas folhas que estava escrito seu nome, e
decidir de vez deixar o passado pra trás. Mas, foi entre dias e outros que eu
percebi o quanto as coisas não são tão simples assim.
Entre
dias e outros eu pegava meu celular e abria sua foto na tela e olhava
disfarçadamente, meio que escondido de algumas pessoas, e ficava pensando no
que você estaria fazendo naquele momento. Se estava pensando em mim, ou em
outro. Se estava dormindo ou não. Com quem estava e sobre os assuntos que
estaria conversando. Se estava sentindo a minha falta ou a falta de um outro
alguém que já até sei quem seja. Ou se simplesmente estivesse assistindo algum
programa favorito, sem ninguém por perto pra lhe fazer companhia, pra sentar do
seu lado no sofá e puxar um assunto e perguntar sobre coisas que você
desnecessariamente viria a responder.
Entre
dias e outros eu chorei. Áhhh como chorei. Eu pedia perdão pra Deus pela vezes
que eu te julgava mesmo sem ter culpa de nada. Pedia perdão também pelos erros
cometidos e pelo estresse com pessoas que não tinha nada a ver com a minha dor.
Na verdade, essa dor era eu mesmo que fazia acontecer. Se eu pensar bem, você é
a única pessoa na terra que nunca me disse nada. Talvez a minha dor seja isso:
o seu silêncio.
Entre
dias e outros eu fiquei cheio de dúvidas, me precipite com certas atitudes em
momento não favorável para aquela ocasião. Não tive nenhuma outra alternativa. Eu sei que
ás pessoas nem sempre são como a gente queria que fossem, e nem as suas
atitudes são como os nossos pensamentos nos fazem acreditar que ela seria
daquela maneira. Mais de uma coisa eu sei: as pessoas estão aqui para lhe surpreender
e te ensinar a cada dia.
Entre
dias e outros eu sorrir para disfarçar a saudade que eu sentia – e sinto até
hoje – de você. Pensei em lhe enviar flores com um cartãozinho anônimo escrito
com uma declaração que você iria logo de cara saber que eu era Entre dias e
outros eu não queria acreditar em distância, no que as pessoas estavam achando
de mim, e muito menos pro que elas viriam a dizer ao nosso respeito. Calma ai?
Nosso? Isso, nosso. Porque mesmo sem a sua presença eu tenho essa mania de
sempre lhe colocar no meio de tudo. Costumo também fazer planos pro futuro,
casar, ter filhos, morar na capital num apartamento bem confortável, ter uma
vida acessível, e... lembro que isso é
sempre uma perda de tempo.
Mais
são nesses dias e outros que eu vou levando a vida devagar. Vou conhecendo
pessoas novas, me adaptando com uma nova vida que estou tendo, me comportando
da melhor maneira possível com as pessoas, sem precisar despejar os meus
problemas em cima delas, e... é isso. Entre dias outros as aprendizagem são maiores e a vida
vai ficando cada vez mais interessante. Quem sabe se em algum desses dias eu
não lhe substituo?
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