20 novembro 2012

Sem Sentido.


Depois que você se foi, as coisas em casa mudou bastante. Percorro várias vezes os mesmos lugares da casa e percebo o quanto você faz muita falta por aqui. As horas parecem não passar, então bate um desespero só de pensar o por quê que cheguei embriagado em casa, e porque lhe expulsei daquela forma da nossa casa. 
Acordo, vou diretamente a cozinha achando que você está lá, com a mesa preparada, pronta para o café da manhã, mais ai chego na realidade e no meio da cozinha a única coisa que percebo é a bagunça. Pia cheia de louças, a mesa lotada de restos de comidas, que pedia uma ''quentinha'' e não conseguia dormir, só pensando em você. 
Vou no jardim, olho para as cores das rosas, que você cuidava, e que agora estão todas iguais a mim, triste,  sem sentido, porque sem você aqui perto de nós a vida não tem significativas nenhumas. 
Minha mãe me liga dizendo que ia me fazer uma visita, então corro e arrumo toda a casa, a sua espera. Ela chega, finjo que está tudo bem comigo, nisso sei perfeitamente enganar, pareço que estou indo bem, mais a minha mãe me conhece mais do que ninguém neste mundo e me pergunta o que está acontecendo, e me pergunta também dela, que por sinal não está conosco naquele momento. Minto, falo que você viajou pra cidade vizinha, fazer uma visita os seus pais. Minha mãe olha pra mim, e como eu estava de cabeça baixa, ela pega no meu queixo, e arriba, colocando o meu olho voltados para o seu. 
Meus olhos brilham, minha garganta agora está com um nó profundo. Não aguento, e me desabo como se eu estivesse menos 10 anos de idade, comedo de coisas que não existe, como por exemplo, bicho papão, que está escondido debaixo da minha cama. 
Consolado no colo da minha mãe, choro em um choro doloroso por mais de 6 minutos. Mãe não falava absolutamente nada, só pegava no meu cabelo, como se estivesse me consolando. 
Quando estou bem mais calmo, falo tudo para mãe o que aconteceu exatamente. Ela como sempre me aconselha, diz que eu tenho que correr atrás daquilo que tanto amo, e que eu não podia viver nesta tristeza sem tomar nenhuma atitude. Nisso, ficamos ali por horas conversando, até que chega a hora da minha mãe voltar para sua casa. Mais animado e aliviado, tomo um banho, e logo saio a sua procura. Logo em uma banca de jornais, encontro a venda um lindo boquê de flores. Compro a mais belas flores, e as suas favoritas é claro. Chego na casa dos seus pais, toco a campainha e quem me atende é você. Percebo pela sua reações que você ficou surpresa pelo fato deu está ali, na porta da casa dos seus pais, com um boque de flores lhe pedindo perdão. 
Você me convida pra entrar, seus vizinhos estão nos olhando,  então, depois de uma longa conversa tudo se acaba bem, como em uma novela, um filme, que sempre tem finais felizes. 
Você me pede mais um dia, até para você contar pros seus pais o que aconteceu, e para arrumar as suas coisas e voltar para casa. A única coisa que eu não vou me esquecer é que na nossa conversa você me perguntou se eu prometesse mais nunca repetir a minha cena. Lembro-me dos conselhos da minha mãe e confirmo: PROMETO. PROMETO PORQUE TE AMO, E POR VOCÊ EU FAÇO TUDO QUE ME PEDIR. PORQUE O AMOR FAZ ISSO...
Você volta pra casa, tudo de volta ao normal, até as flores, que estavam tristes, sem cores, sem vida, voltam ao normal. Porque você nos proporciona isso, vida, e eu sem você não sou absolutamente nada. Absolutamente uma pessoa SEM SENTIDO. 


- Escrito por: Rafael Vianna. 

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