17 dezembro 2015

Casa comigo?


Certo dia, você passou distante, de cabeça baixa, como se estivesse pensando em algo sério, ou planejando alguma coisa para o futuro. Talvez o futuro seria no dia seguinte, um algo com seu novo amor. Não sei. Só sei que você estava calada, passeando por ai, com os olhos atentos nos pisca-pisca de natal que enfeitam alguns pontos da cidade.

Foi então que eu pensei: será que, se Deus me desse uma nova oportunidade, de fazer tudo ao contrário, recomeçar do zero tudo outra vez, chegar num presente onde estou agora, seria completamente diferente? Eu não sou de me arrepender de nada do que já fiz nessa vida. Até mesmo porque tudo que eu fiz, errado ou não, foi por amor. Amor por você. Ou por mim mesmo.

Tudo isso voltou em instantes, porque eu voltei a descobrir que eu continuo sofrendo por um amor do passado. Os planos que eu fiz lááá atrás se renovam a cada dia no presente, enchendo de expectativas o futuro, que parece sofrer ao olhar de longe a besteira que continuo fazendo por aqui. Se fosse possível parar o tempo, eu teria mais tempo para pensar melhor, e tentar agir corretamente, tentando compensar as burrices que fiz no passado. Mas quem de nós tem esse dom de parar o que já é por natureza?

E mesmo sabendo que o futuro está agoniado com isso tudo, hoje eu planejo um casamento, na beira da praia, rodeados de amigos e familiares mais próximos, uma lua me mel do outro lado do mundo, na preocupação de fazer com que esse tempo desacelerasse, para quem sabe, a gente poder curtir, sem pressa, um pouco do sonho de um garoto.

Mas ok. Se a gente não puder casar, não tem problema. A gente foge por uma noite, vai para um lugar distante da cidade, arma uma barraca, acende uma fogueira e se casa com a noite. Nem que seja por uma única noite. Você sabe mais do que ninguém que, se desse de verdade, a gente casaria agora mesmo. E teria um milhão de filhos, e dois milhões de cachorros, já que somos apaixonado por ambas.

Mas se a gente não puder se casar de verdade, na beira da praia, nem perto da fogueira, a gente se casa nos pensamentos. Eu do meu jeito e você do seu. Mas por favor, casa comigo?


E enquanto ao futuro, se prepara: talvez eu possa chegar da mesma maneira que cheguei até aqui. Mas se a o presente colaborar, eu posso chegar um pouco melhor, e aprender ao longo do caminho, o que é ter um futuro nas mãos. Já que nem o amor eu consegui segurar. 

16 dezembro 2015

É justo ser justo.


Você para, observa, se interessa, discute e depois, se tiver coragem, você abre a boca e diz algo. Pelo menos eu, nos assuntos bem sérios, faço essas pequenas análises, e depois tento dizer algo, sem tentar ser arrogante e nem otimista demais. E no final, as pessoas – pelo menos as que vieram falar isso diretamente – dizem que sou um ótimo cara para dá esses tipos de conselho.

Ok, pelo menos presto para alguma coisa nessa vida.

Mas chega um momento em sua vida que você simplesmente segura no quiabo e escorrega nas palavras sem dó. Quando certas palavras são ditas para aquelas pessoas que você está acostumado a ser doce, o tom da sua voz  acaba se tornando amarga. E então, as pessoas simplesmente dão um pé pra trás e se limitam de ouvir o que realmente precisam escutar. Pro outro lado não: você mal conhece a pessoa e já joga a receita sem açúcar na cara.

E se arrisca. Se a pessoa for diabética de palavras, você acaba se dando bem e elas acabam se tornando mais presentes na sua vida. E cabe a você, abrir ou fechar a porta.

Mas você não precisa ser uma pessoa amarga o tempo todo. Eu sei que eu sou meio louco com as palavras, e isso faz com que muitos de vocês se confundem.  Mas veja bem: nem doce e nem amargo. Simplesmente seja justo. Justo com a sua personalidade, justo com as palavras, com as pessoas, no cotidiano, a todo o momento.


Seja justo com quem você achar que deve ser nos lugares que se deve se posicionar, e vai-na-fé!  Seja justo na sociedade, no nosso país, no mundo. Seja justo com você. Seja justo em ser justo. E boa sorte.

10 dezembro 2015

Eu e quem mais topar.


Sem drama, sem chororô, sem discussão. Eu estou aqui à disposição e pronto para viver o que eu nunca vivi em toda minha vida. Já passei dos vinte anos – somente alguns meses – e me sinto na obrigação de começar a viver a minha vida da melhor forma possível. Como vai ser isso? Não sei. E nem preciso saber. O importante é viver, sem precisar fazer cálculos.

Sem drogas, com camisinha, sem camisinha, com uma gota de álcool na boca e uns quilos a menos. O propósito do amanhã é viver o que tiver para viver. Bate certo medo? Lógico que bate. Mas se não tivesse essa tensão na barriga, eu próprio não sentiria nenhum pingo de vontade de começar a viver. E o que o futuro tem a me oferecer, só deixando o tempo passar para ir descobrindo, aos poucos, a conquista que vou ter.

Sem drama, com sorriso no rosto, com um aberto de mão, sem ser santo, nem diabo demais. Focar no futuro seria uma boa. Mas quem me garante que eu vou chegar até lá? Estou escrevendo agora, bem verdade, mas será que vai dá tempo para postá-lo? – tomara que sim, e se você está lendo é porque “desse futuro” eu consegui passar.

Sem mais ou menos, sem correria, sem ter vergonha se broxar. Dia ou outro vai acontecer. Ninguém é ativo o tempo todo. Mas a solução será relaxar e viver o que as pernas abertas tende a me oferecer. Cabe a minha pessoa ser bom naquilo que fizer, e satisfazer quem estiver do meu lado.

Sem crê nem pra quê. Sem pausa nos obstáculos e lágrimas na linha de chegada. Com ou sem primeiro lugar, o que importará, sem dúvida alguma vai ser a chegada. Chegada com um gostinho de que você se esforçou, deu o seu melhor, jogou duro e se deixou levar no jogo. E você conseguiu chegar lá!


Sem crê nem pra quê eu decidir. Decidir tomar um rumo mesmo sabendo que ninguém possa ver a minha chegada. Decidir dá passos curtos e viver os olhares de cada um que me olharem. E quem quiser me acompanhar, se sinta á vontade. Eu quero sair da mesmice. Eu e quem mais topar. 

08 dezembro 2015

Quero um final de verdade.


Dá pra ser? Ser do jeito que eu escolher, do jeito que eu sonhei, do jeito que quiser? Será que eu posso viver a realidade dos meus sonhos? Se bem que, se eu parar para pensar, os meus sonhos não são uns horrores, como muitos imaginam, quando eu cito a palavra sonho. Mas será que eu posso? De verdade?

Uns dizem que eu tenho um nariz em pé, outros, depois que me conhecem, falam que eu só sou um menino sonhador, que só queria viver sua vida de forma simples. Só que um pouco mais confortável, claro. E se você parar para pensar, o gosto da minha simplicidade é mais aconchegante do que os demais possam imaginar. Você imagina?

Eu simplesmente queria uma casa mais aconchegante – quem não quer? –, vizinhos que sentem comigo no calor na boca da noite para bater um papo, e uma cozinha de verdade, para poder cozinhar – ou pelo menos tentar – aquilo que eu quiser fazer. Eu só queria ter um pai que entendesse que o meu maior sonho é grande, mas se ele ajudasse, tudo poderia dá certo. Eu só queria que as pessoas entendesse o que eu falo, e deixasse eu desabafar tudo que está entalado dentro de mim. É demais pedir isso?

Além disso, eu queria ter uma namorada que não fosse ciumenta, que me deixasse mensagem de bom dia, e que tivesse muita paciência para me aturar. Não sou um príncipe, mas não um OGRO. E geralmente os ogros querem ser livres, sem ninguém pegando no pé, ditando o que tem ou não tem pra fazer, e sem adultos pra jogar na cara o quanto está na hora de você fazer alguma coisa da vida. E viver nos prega essa realidade.


Apesar da dura realidade da vida, eu ainda continuo sendo aquele garoto sonhador. Sonhando em um final de verdade. E isso é pedi demais? Bom, só vivendo para aprender ainda mais o que a vida tem a me oferecer.

07 dezembro 2015

Mas... ok.


Você estava indo bem. Suas palavras me acalmavam, seu sorriso me encantava e o seu cheiro doce parecia querer me deixar diabético de tanto eu o sugava. Sua mania me deixava sem reações para discuti-las. Eu sabia que você era daquele cheiro, e não fiz questão de mudar nada em você. Mas você sempre percebia o seu exagero e se autocorrigia deles. Por mim tudo bem. Só que seus concertos eram ainda mais encantadores.

Você topou ir nessa aventura junto comigo. Mas com um combinado: que fosse na frente para ver até aonde era capaz de chegar. Confiei em você e, logo atrás, fui te seguindo. E você sempre acertando nas suas trilhas.

Ao chegarmos ao seu destino final, você sorriu, me abraçou e, depois de uns dois minutos, aproximadamente, você suspirou e disse que eu era uma parte do seu caminho. E que foi isso que a motivou a escolher os melhores lugares para viver os melhores momentos da sua vida. Agradecido, suguei ainda mais o seu perfume, apagado com a mistura do suor, e sussurrei: obrigado você, por me levar nessa aventura e por me mostrar o quanto eu também posso confiar ainda mais em você.

Depois de alguns tempos, era a hora de voltar pra casa. O tempo começou a fechar, e tínhamos poucos minutos para chegar em casa. Mas quer saber? Vamos transformar esses minutos em tempo oculto e vamos aproveitar o momento.  Sem pressa, ok?

“Mas... – ela pensou e – ok.”

E foi então que vivemos uma infância ali, aos vinte e poucos anos. Curtindo aquela garoa que caía do céu escuro. E depois da chuva, para não pegar um resfriado, chegamos em casa, nos enxugamos, e, por enquanto você secava seu cabelo eu preparava um café bem quentinho pra gente. Usando apenas meu moletom , você sentou-se no sofá a espera de que eu levasse o café.

Além da água preta e alguns biscoitinhos, o seu perfume doce tomou conta por toda a  sala. O sofá ficou pequeno para dois apaixonados de vinte e poucos anos que, agora, resolveu deixar a infância de lado e passar o resto da madrugada brincando de serem  homem e mulher. E a partir dali, nos tornamos um único ser. Mesmo aos vinte e poucos anos. 


03 dezembro 2015

Ás vezes me fecho


Quem foi que disse que eu vivo de sorriso aberto vinte e quatro horas por dia? Quem foi que disse que eu não acordo de mau humor, com a cara  fechada sem querer dá um “bom dia” pra porra de ninguém? Quem foi que disse pra você que eu sou um cara perfeito? Eu não sou. E já falei umas quatrocentas vezes que ninguém é. E nem vai ser. Mas quem diabos pensam que eu sou o cara ideal para todos os momentos? Coitados: falam e pensam errado.

Ás vezes eu possa ter sim um pouco de qualidade a mais, mas eu não sou tudo isso. E nem quero ser. No momento, eu só queria ser independente, ter um emprego que, nem precisa ser dos meus sonhos, mas que seja pelo menos para me sustentar, e que dê para comprar um sapato novo no final do mês, sem ter que pedi permissão para o meu pai se eu posso ou não comprar. Talvez seja isso o motivo das minhas caras fechadas logo pela manhã.

Por isso que eu sempre me tranco na minha casa: com vergonha de muita coisa que anda acontecendo por aqui.

Ás vezes eu me limito de muitas coisas e isso é um direito meu, né não? Então, não me levem a mal se um dia eu também me fechar pra você, para o que você anda falando ou fazendo. Isso me cansa. Repetição me cansa. O cotidiano me cansa. Mas ok. Vamos lá.

Às vezes eu me fecho porque me sinto na obrigação de ter mais tempo pra mim – mais tempo na verdade. Ás vezes me fecho porque eu tenho medo de me expor demais. Ás vezes eu me fecho por está cansado demais. Cansado do tempo, da não exposição, do cotidiano... Das portas abertas d(e)mais para (u)m cara indeciso. 

02 dezembro 2015

Com o passar dos tempos.


Relaxa, calma ai! Olha aqui pra mim! Vamos curtir essa vibe! Vamos aproveitar esse calor e vamos sair, tomar uma cerveja, um refrigerante, um suco ou um milk shack... Vamos tomar um sorvete? Ei – com tons de risadas –, pra quê se agoniar tanto assim, menina? O tempo está passando rápido demais para você se jogar o tempo todo nos seus problemas atoa. Mitchix, ok.

Olha só minha linda – peguei em suas mãos e olhei nos seus olhos. Eu sei que de uns tempos pra cá você não conseguiu chegar a meta que pretendeu. Mas veja só: eu também não consegui. E olha para mim. Eu estou normal. Cara é o seguinte. Você tem que parar com essa mania besta de se preocupar o tempo todo em fazer e entregar as coisas no tempo proposto. De vez enquanto é bom você sair um pouco do trilho e correr um pouco o risco que a vida oferece. Senão não tem graça alguma.

Com o passar do tempo, tudo vai se complicando. Você vai ficar mais velha, vai começar a colocar as mãos nas cadeiras, e vai dá de cara com o fato de que o tempo se foi. Então, você vai se perguntar: por que não aproveitei mas enquanto podia? Você é nova demais para pensar em procurar um sucesso, por agora, no seu trabalho. Curte o que você tem  no momento. Sem estresse, sem mais fios de cabelos brancos, sem chororô o tempo todo. O tempo, da mesma forma que está voando, ele pode muito bem lhe esperar. Isso claro se você correr um pouco também. Mas relaxa vai.

Veja bem: você não está se integrando de corpo e alma na hora do sexo. O homem, por mais sonso que possa parecer, ele também percebe isso. E a culpa não é minha. Eu vejo que ai dentro de você, tem um fogo bom, gostoso, louco para me queimar por inteiro. E olha só: com o passar do tempo, esse fogo vai se acabando, acabando... E quando você menos espera, BÚÚÚM!!! Se foi. E eu? Como vou ficar nessa história?


Bom, mas o fato é que tudo tem seu tempo. Vamos correr atrás do preju? Claro que vamos. Eu estou aqui, não estou? Então! Pra quê se agoniar? Com o passar do tempo você vai perceber que isso simplesmente era uma tremenda bobagem. Com o passar do tempo você vai descobrir que a pressa realmente é a inimiga da perfeição. Com o passar do tempo você vai descobrir que ele simplesmente se passou. E se foi.