Talvez aquele pudesse ser o nosso primeiro encontro oficial,
ou até mesmo um daqueles finais de tarde em plena quarta-feira chata de
ansiedade. Ansiedade pelo teste de matemática no dia seguinte, e eu ainda nem
se quer abrir meu caderno para ver se conseguiria entender tudo sobre “
trigonometria ” em apenas alguns instantes. Tudo que o meu professor disse
durante toda a unidade, e eu lá, escondido e escorado na parede com o fone de
ouvindo desenhando algo e pensando em outra coisa fora do assunto. Melhor: fora
da escola.
Não queria desperdiçar aquela tarde só para estudar
matemática porque, afinal, eu odeio matemática. Antes, até a 8ª série (9º ano),
eu amava porque tirava a dúvida da pessoa que hoje me faz tirar dúvidas do
porque que não me ama, ou ainda não quis ficar comigo, ou... sei lá. Hoje não.
Hoje eu simplesmente deixei-me de importar para alguma coisa. Coisa que poderia
até mudar minha vida daqui pra frente, mais que ainda não vi resultado algum.
Perguntei se queria tomar sorvete- você ama sorvete- e você
disse que não. Confesso que pensava que achava tudo sobre você. Talvez pudesse
está enganado, ou, você simplesmente negou porque estava resfriada. Senti na
sua voz um pouco rouca. Poderia ser isso. Logo mais adiante havia um homem
segurando um ferro cheios de balões coloridos e algodões doces. Não sou do cara
romântico. Pensei em não te oferecer nada mais, além do meu beijo, e sentar no
banco de frente da lagoa para ver aquele sol sumindo devagar fazendo meus olhos
ficarem amais fechados do que aberto. Talvez eu tenha Miopia, ainda não tive a
“coragem” de fazer um exame para ver isso. Então, meio sem graça e tímido,
perguntei se queria um algodão-doce. Você aceitou e logo mandei você me
esperar, ali mesma, parada, parecendo uma estátua louca pra ganhar alguma
merreca.
Me dê um algodão-doce, por favor? E... Me dê esse balão em
forma de um coração.
Pois não, aqui. Obrigado.
Valeu, valeu.
Você me olhou com uma cara de que eu estava fazendo ela
passar um mico na praça. Aquele algodão-doce rosa tudo bem, mais aquele balão
extremamente grande em forma de coração seria demais. Muito pelo contrário.
Você sorriu e com um jeitinho meigo disse:
Obrigada, adorei o balão.
Uffa... Melhor. O pior naquele momento não era as horas se
passando e até naquele momento nada de rolar algum beijo, mais o meu all star,
que me incomodava. Pra mim, tênis, sapado, ou o que lá que seja, só em uma
festa de classe, que você é praticamente obrigado a calçar para não sair feio
de ‘havaianas’ nas fotos que no dia seguinte estaria na estante da sala do autor
da festa. Queria logo um beijo, e conseguir. Agora o sol não estaria presente.
Talvez existisse alguma estrela rodada no céu, ou os mosquitos chupando meu
sangue, mesmo sem perceber. Percebendo então, só meu all star, me incomodando
cada vez mais, até eu chegar em casa e jogar ele lá no meio do quarto,
esperando amanhecer para usá-lo outra vez para ir ao colégio, que por sinal tem
teste de matemática, que não saberia nada sobre trigonometria.
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