Escrito por: Rafael Vianna
Quinta-feira inicio de manhã. Estava
calor, então resolvi mergulhar no chuveiro para lavar de vez essa alma que
estava podre de tantas advertências sem sentindo algum, grudado feito chiclete
em várias partes do corpo. No café da manhã, meus pensamentos estavam todos
ligados a você. Alguém comentava algo de muito importante que estava
acontecendo na família, mais nem me importei. Pra ser mais específico, nem sei
qual era o assunto. O meu café estava esfriando e eu olhando pra parede amarela
da cozinha admirando o liso da tinta como se estivesse admirando uma escultura
de muito porte em um evento clássico, cheios de gentes importantes falando
sobre algo que poucos entendem sobre o assunto.
“Menino, você vai perder a hora
da aula.”
Alguém grita me fazendo levantar
rapidamente da cadeira deixando o resto de café que ainda tinha na xícara. Naquele
dia eu realmente estava flutuando. Estava viajando em lugares que nunca tinha
ido, e que nem sabia que existiria essa sensação dentro de um único pensamento.
No colégio eu não prestei atenção em bulhufas de nada. Cortei rapidamente as
gracinhas de alguns amigos meus e disse que queria ficar sozinho, afinal eu
ainda estava tentando descobrir o que estava acontecendo comigo. Era a minha
primeira vez que estava sentindo o amor, mais ainda não saberia que era amor. Pra
falar a verdade, até hoje eu não sei o que é amor de verdade. Sei o que é amar,
mais acho que não sei receber – apesar de que minha família e alguns amigos me
amam de verdade, mais quem queremos ao nosso lado pra valer, não está nem
ligando se você existe ou deixou de existir.
No dia em que descobrir que te
amo foi o dia que surpreendentemente eu não comi absolutamente nada. Só chorava.
Às vezes parava e pensava – ou tentava chegar a alguma conclusão – do por que
das minhas lágrimas. Meus pais pensaram que eu havia comido alguma besteira em
uma lanchonete, quando na verdade o lanche que havia levado para o colégio
ainda se encontrava na minha mochila. Na tela do meu computador a sua foto. Eu estava
deitado e liguei meu som – com a nossa trilha sonora, que por sinal você nem
sabe que a gente tem – e pouco a pouco iria me livrando da profunda dor que
havia em meu peito. Ainda era um pouco
cedo para dizer na verdade se era de fato amor que sentia naquele momento e que
até hoje se permanece dentro de mim como se virasse um das minhas partes do
corpo que ainda tinha para constar.
Eu preferia meu passado, até
aonde eu não havia te conhecido. Eu não gostava de ninguém. Eu não sentia nada
por ninguém. Sempre falava “eu te amo” mais nunca sabia nenhum significado
dessas três famosas palavras que tanto ouvia de várias pessoas, tanto
pessoalmente quando na televisão, com aqueles casais bonitos, com mulheres
estupidamente lindas, sem mágoas, sem exageros e cheias de personalidades... essas
sim são mulheres de verdade. Pena que não passa de uma simples ficção, porque
na vida real a realidade é mais clara. Mais intensa. Mais dolorida.
No dia em que descobrir que era
amor, você descobriu o que era ganhar um amigo. No dia em que descobrir o que
era aprender a odiar o amor, você aprende a amar, me jogando os pés, me fazendo
me sentir sozinho, e me fazendo descobrir as várias maneiras que existia em
mim, mais que ainda não havia adaptado.
Amei o texto, que Blog mais amor <33
ResponderExcluirhttp://fashioninthedreams.blogspot.com.br/
Obrigado minha linda ♥
Excluirbonito texto, bastante intenso.
ResponderExcluirBjs!