19 setembro 2013

“ O morar sozinho.”


Escrito por : Rafael Vianna 


Ainda quis está na casa dos meus pais os vendo planejarem o jantar enquanto assistia o último capítulo da novela das 18:00. Ainda quis entender essa coisa chamada “liberdade” para aproveitar e fazer tudo o que quisesse sem perguntar para os seus pais se você poderia ou não fazer. Ainda é complicado querer voltar a traz novamente e chegar em casa ao meio dia, cheio de foma da escola e achar aquele cheirinho de comida feita pela sua própria mãe. Mais agora a minha vida é outra.

Ainda me dói ter que abrir a porta de casa e ver todos aqueles jornais espalhados pelo chão, as paredes brancas e os cômodos vazios de móveis novos. Pelo menos não me faltou um fogão de quatro bocas, uma cama confortável, uma caixa de comidas para cozinhar e geladeira cheias de.... Nada que me levaria a matar a fome de verdade. Eu podia dizer que por enquanto dava para me adaptar com a situação mais não. Ainda falta o consertar o chuveiro e reduzir o botão para o inverno e tomar um banho queimando as costas neste frio de sábado a noite. Mais aqui vou eu pegar a maior panela que estiver, encher de água e colocar no fogão pra esquentar. Por enquanto não esquenta, o que temos pro jantar é mais um sanduíche.

Pão. Queijo. Alfasse. Tomate. Maionese. Presunto.... Presunto? Nossa, ainda sobraram oito fatias de presunto depois daquela longa madrugada vidrado no computador escrevendo algo sobre o amor que deixei na outra cidade. Falar amor. Ainda é meio complicado dizer que estou ótimo no telefone sendo que quando me lembro de você meu coração pulsa mais forte, me fazendo jogar no chão da sala sem sofá e observar o desenho das minhas lágrimas sobre os jornais com noticiários sem importância.


Vida, por que temos que crescer e aprender “se virar” tão longe de quem amamos? E por que essa tal de liberdade de um lado é uma maravilha mais quando nos bate a saudade ela fica ainda mais complicada? Nunca pensei que fosse ruim, morar sozinho. Chegar em casa e não achar ninguém pra encher o saco, pra dizer como foi o dia, ou... Pra simplesmente olhar nos olhos e dizer o quanto dói ter que nos acostumar viver longe de quem amamos. De quem realmente nos ensinou o que é o mundo longe de casa. 


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