Escrito por : Rafael Vianna
Ainda quis está na casa dos meus pais os vendo planejarem o
jantar enquanto assistia o último capítulo da novela das 18:00. Ainda quis
entender essa coisa chamada “liberdade” para aproveitar e fazer tudo o que
quisesse sem perguntar para os seus pais se você poderia ou não fazer. Ainda é
complicado querer voltar a traz novamente e chegar em casa ao meio dia, cheio
de foma da escola e achar aquele cheirinho de comida feita pela sua própria
mãe. Mais agora a minha vida é outra.
Ainda me dói ter que abrir a porta de casa e ver todos
aqueles jornais espalhados pelo chão, as paredes brancas e os cômodos vazios de
móveis novos. Pelo menos não me faltou um fogão de quatro bocas, uma cama
confortável, uma caixa de comidas para cozinhar e geladeira cheias de.... Nada
que me levaria a matar a fome de verdade. Eu podia dizer que por enquanto dava
para me adaptar com a situação mais não. Ainda falta o consertar o chuveiro e
reduzir o botão para o inverno e tomar um banho queimando as costas neste frio
de sábado a noite. Mais aqui vou eu pegar a maior panela que estiver, encher de
água e colocar no fogão pra esquentar. Por enquanto não esquenta, o que temos
pro jantar é mais um sanduíche.
Pão. Queijo. Alfasse. Tomate. Maionese. Presunto....
Presunto? Nossa, ainda sobraram oito fatias de presunto depois daquela longa madrugada
vidrado no computador escrevendo algo sobre o amor que deixei na outra cidade.
Falar amor. Ainda é meio complicado dizer que estou ótimo no telefone sendo que
quando me lembro de você meu coração pulsa mais forte, me fazendo jogar no chão
da sala sem sofá e observar o desenho das minhas lágrimas sobre os jornais com
noticiários sem importância.
Vida, por que temos que crescer e aprender “se virar” tão
longe de quem amamos? E por que essa tal de liberdade de um lado é uma
maravilha mais quando nos bate a saudade ela fica ainda mais complicada? Nunca
pensei que fosse ruim, morar sozinho. Chegar em casa e não achar ninguém pra
encher o saco, pra dizer como foi o dia, ou... Pra simplesmente olhar nos olhos
e dizer o quanto dói ter que nos acostumar viver longe de quem amamos. De quem
realmente nos ensinou o que é o mundo longe de casa.
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