TEXTO: Outra história.

É complicado ter que fingir não gostar quando na verdade aquela história é a minha favorita. Penso assim que por medo você deve parar alguns dias de me contar essa maldita história. Mais na verdade a história além de mim e você, tem também aquela outra lá que talvez você tenha conhecido naquele barzinho que você é acostumado a frequentar todo o final de semana. Talvez possa ser um daqueles seus amigos grossos que te apresentou umãzinha qualquer só para você não pensar mais em mim. Ou também possa ser que você mesmo escolheu uma qualquer só para passar na minha cara o que eu perdi, quando  na verdade, foi você que perdeu. Talvez não seja pra sempre, não por um bom tempo.

É complicado tampar os dois ouvidos quando uma música tem aquela letra que relata a sua vida inteira. O mais complicado é fechar os olhos e fingir que não viu, só pro meu coração não voltar novamente com aquela rebeldia  de pular dentro de mim me chamando de idiota por ter acreditado que você algum dia iria mudar os meus pensamentos e voltar pra mim. Voltar não, começar uma nova vida comigo. Mais o que me relato hoje é que sempre  disse, pra mim mesma desde o inicio: Não é começo, apenas mais um final.

Acho que desta vez eu acertei. Parei por aqui mesmo . decidir jogar na lixeira todas as fotos, cartas/bilhetes, presentes e claro, a nossa  história. Claro que ainda não tenho coragem de abir a porta e jogar em um saco plástico todos esses meus presentes porque ainda não tive coragem de não deixar algo de você aqui comigo. Eu queria entender quem era aquela bonitona que estava do seu lado, mais os meus pensamentos se recusaram a pensar desta forma e claro, pensar que: ele está com essa, mais pensando em mim.

Talvez seja verdade. Sempre que damos um beijo demorado fechamos os olhos para uma longa imaginação. Naquela hora meu coração dizia: Relaxa, ele está beijando ela, mais é em você que ele está pensando. Pobre pensamento. Pobre coração iludido. Pobre de mim, que mesmo sabendo que não vai mais acontecer, que esta história é um final, sofro e me iludo junto com ele.

Não sei se devo continuar ou fechar de vez este livro, colocar na estante, deixar a poeira tomar conta dele e tentar procurar outra história. Talvez uma história nova, diferente. A única coisa que sei agora é que quando uma história é marcante, você sempre irá tirar a poeira de cima dele e voltar a ler e reviver todo o passado, mesmo estando no futuro.

— Rafael Vianna .