07 dezembro 2015

Mas... ok.


Você estava indo bem. Suas palavras me acalmavam, seu sorriso me encantava e o seu cheiro doce parecia querer me deixar diabético de tanto eu o sugava. Sua mania me deixava sem reações para discuti-las. Eu sabia que você era daquele cheiro, e não fiz questão de mudar nada em você. Mas você sempre percebia o seu exagero e se autocorrigia deles. Por mim tudo bem. Só que seus concertos eram ainda mais encantadores.

Você topou ir nessa aventura junto comigo. Mas com um combinado: que fosse na frente para ver até aonde era capaz de chegar. Confiei em você e, logo atrás, fui te seguindo. E você sempre acertando nas suas trilhas.

Ao chegarmos ao seu destino final, você sorriu, me abraçou e, depois de uns dois minutos, aproximadamente, você suspirou e disse que eu era uma parte do seu caminho. E que foi isso que a motivou a escolher os melhores lugares para viver os melhores momentos da sua vida. Agradecido, suguei ainda mais o seu perfume, apagado com a mistura do suor, e sussurrei: obrigado você, por me levar nessa aventura e por me mostrar o quanto eu também posso confiar ainda mais em você.

Depois de alguns tempos, era a hora de voltar pra casa. O tempo começou a fechar, e tínhamos poucos minutos para chegar em casa. Mas quer saber? Vamos transformar esses minutos em tempo oculto e vamos aproveitar o momento.  Sem pressa, ok?

“Mas... – ela pensou e – ok.”

E foi então que vivemos uma infância ali, aos vinte e poucos anos. Curtindo aquela garoa que caía do céu escuro. E depois da chuva, para não pegar um resfriado, chegamos em casa, nos enxugamos, e, por enquanto você secava seu cabelo eu preparava um café bem quentinho pra gente. Usando apenas meu moletom , você sentou-se no sofá a espera de que eu levasse o café.

Além da água preta e alguns biscoitinhos, o seu perfume doce tomou conta por toda a  sala. O sofá ficou pequeno para dois apaixonados de vinte e poucos anos que, agora, resolveu deixar a infância de lado e passar o resto da madrugada brincando de serem  homem e mulher. E a partir dali, nos tornamos um único ser. Mesmo aos vinte e poucos anos. 


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